Villa Montes Margaraca

Mata da Margaraça

No coração da Serra do Açor, entre a Serra da Lousã e a Serra da Estrela, encontramos a Mata da Margaraça, uma das matas mais antigas e bem conservadas de Portugal.

História da Mata da Margaraça

É durante o reinado de D.Afonso III (Séc.XIII) que se encontram os primeiros relatos sobre a Mata da Margaraça. Na época denominava-se “Quinta de Margaraz”, sendo propriedade dos Bispos Condes de Coimbra. Já no séc. XIX, foi incluída na lista de “bens nacionais” apesar de ter sido adquirida de formas privada, no final do mesmo século. Em 1985, já depois de ter sido incluída na Paisagem Protegida da Serra do Açor (1982), foi então adquirida pelo Estado Português.

Apesar das referências tão remotas, a mata apenas recebeu estatuto de protecção em 1982, com a classificação de Paisagem Protegida da Serra do Açor, sendo também considerada uma Reserva Biogenética integrada na rede europeia.

Na quinta de Margaraça chegaram a trabalhar 16 famílias de rendeiros, o que indica a boa fertilidade do solo e a exploração intensiva a que foi sujeita. Dessa presença humana são testemunho vários edifícios, nomeadamente a Casa Grande, onde pernoitava o proprietário, a Casa da Eira, a Casa das Lamaceiras, a azenha, o forno de refugo e a Casa dos Caseiros” (ICNF).

A biodiversidade

Na Mata da Margaraça podemos observar uma grande variedade de espécies, tanto ao nível da fauna como da flora.

Em termos de espécies arbóreas, podemos encontrar espécies de árvores de folha persistente e folha caduca, tais como: o Castanheiro que coabita com Carvalhos-Alvarinho, alguns Azereiros, Loureiros e Folhados. Podemos encontrar também uma grande variedade de mamíferos terrestres, tais como, o Javali, Gineto, Texugo, Esquilo-Vermelho e a Fuinha; de aves, como o Açor, a Coruja do mato, o Gavião, a Águia de asa redonda, a Gralha preta, o Pombo torcaz, a Rola e a Dom-fafe. A olhares mais atentos, não passam despercebidos alguns anfíbios e répteis, como a Salamandra de cauda comprida e o Lagarto de água, ambas ameaçadas de extinção.

A Mata da Margaraça é uma das raras relíquias de vegetação natural do Centro de Portugal (…) das raras e mais significativas relíquias que nos restam da floresta que teria coberto a maior parte das encostas das serranias” (Jorge Paiva, 1981).

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